sexta-feira, 27 de junho de 2008

Luz dos anjos

Alguma vez você já sentiu que nada faz sentido? Que as coisas que você está acostumado simplesmente param de acontecer, de dar certo, parece que nem o chão é reto, que as paredes mudaram de lugar, de cor. Até a luz fica diferente!Eu não falo sobre drogas, ou álcool. Eu quero dizer que a nossa vida prega algumas peças na gente, gera situações imprevisíveis. A gente fica perdido, sem saber o que fazer.

De uma forma ou de outra aquilo passa. É preciso paciência, mas passa. E quando você começa a olhar a seu redor, percebe que as formas que pareciam ter se alterado ficaram pra trás, os cheiros que lhe agradam já não são os mesmos, você descobre novas formas. Não apenas formas geométricas, mas novas formas de ser feliz. Redescobre os caminhos, reaprende a olhar, e o que não fazia mais o menor sentido se transforma, toma corpo, surge de forma tortuosa, como os cabelos de quem lhe faz sorrir, e ao mesmo tempo com a esperança de ver uma luz no túnel.

E atenção: eu não digo LUZ NO FIM DO TÚNEL!
Não, luz DENTRO do túnel, a luz que ajuda você a atravessar de um lado ao outro, uma lanterna, que você agora quer para ajudar a conduzir você por todos os percursos que você fizer. Afinal de contas, se quando a coisa tava preta, ela esteve ao seu lado, o melhor que se tem a fazer é reconhecer o seu valor quando as cores voltarem a seu lugar. E reconhecer que aquelas coisas têm sentido exatamente pelo fato de você ter pessoas que podem lhe ajudar.


Reconheça os seus anjos. Eles fazem todo o sentido do mundo. Do seu mundo. São a sua luz.
Bring your angels along... Spread your wings and fly.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Read my mind

Eu não me orgulho de dizer isto, mas já fiquei uns seis ou sete anos sem conseguir terminar um livro. 

Lembro que o último que eu havia concluído foi Admirável Mundo Novo, escrito por Aldous Huxley. Depois dele uma sucessão de livros iniciados, muitos ainda estão em minhas preteleiras com a orelha marcando o meu insucesso. Ou marcando a minha incapacidade, por mais temporária que seja?

Aos poucos retomo o caminho do fim. 

Ao invés de procurar motivos para tentar justificar o injustificável, corri atrás de algum que me prendesse a atenção.

Existe um amigo meu pra lá de inteligente que odeia O Código da Vinci, de Dan Brown. 

Pra mim é um grande livro, que me relembrou que pode existir começo, meio e fim em palavras impressas em páginas brancas. Li em um fôlego. 

Depois vieram outros, como O Livreiro de Cabul, Inês da Minha Alma, A Missão, Abusado, Azar é do Personagem. 

Me reapaixonei pela leitura. Foram anos lendo, cresci acompanhando as Aventuras de Xisto, os incomparáveis Asterix e Obelix, em quadrinhos, até que em 2008, com quase trintinha, a Menina que Roubava Livros trouxe um novo significado para o meu conceito de literatura.

Mais uma vez, apesar de jornalista, eu tive muitos problemas nos últimos tempos para conseguir terminar ótimas obras literárias, e posso dizer que estou recuperado, graças a este livro. A partir da história daquela Menina, da forma que a história é contada, seja uma fórmula ou não, eu me inspirei a escrever, a pensar, a repensar. 

Hoje tento concluir Albert Camus. Não sei até onde vou, mas não pretendo desistir tão cedo. Depois que a gente descobre que até a morte pode contar a história de nossas vidas, é melhor ficar menos tempo sem terminar um livro. 

E ainda tenho uns 4 na fila.

Bring your angels along... Spread your wings and fly.

Januário x agrônomo

Cheguei em casa, uma chamada não atendida. Retornei a ligação: "desculpa, eu tinha esquecido do teu futebol!"

Ela já acostumou, segunda é noite de futebol.

Cresci vendo o campeonato carioca pela Band nas segundas. "Sinistro, muito sinistro" dizia o narrador Januário de Oliveira... 

Pois como sabem segunda é noite de futebol no Petrópolis. Quando o agrônomo deixa. Se chove, nada de jogo, pra preservar a grama. Como grama, atualmente, o campo tem pouco, o agrônomo tem deixado a gente jogar. Com esse frio. E pra piorar, hoje, ainda choveu.

O jogo não foi ridículo, foi risível. Um amontoado de gols, desorganização tática, incompetência técnica, e muita, muita, muita risada.

Pra começar que o Oliva mais uma vez montou uma seleção pro time dele. A começar pelo goleiro. Eu não entendo... eu e o Keigiro nunca jogamos juntos! Nosso time não tomaria gols!

Meu time tinha 3 zagueiros por natureza, e os três atacavam com naturalidade. Nosso meio de campo correu. Nosso ataque fez muitos gols... a menos que o ataque deles. Não me perguntem o placar, me perdi nas redes.

Fora o fato que durante toda a partida poderíamos ter utilizado essas plaquinhas...


"Tá lá um corpo estendido no chão", diria o Januário.

Dizem que em julho o futebol pára. Não apenas para recuperar o gramado, que já não existe, mas também para recuperar as lesões musculares e as gripes. 

São Pedro está cruel, muito cruel. O agrônomo então, nem se fala.

domingo, 22 de junho de 2008

Criança grande

Todos nós fomos crianças. Essa informação é óbvia, e não deveria começar um texto, mas como o blog é meu, ninguém vai questionar isso.


Todos nós fomos crianças, e ainda somos. Estou em Canela, jogado num tapete, tomando espumante, com um quebra-cabecas do Power Rangers, um album de figurinhas e um baralho do Ben 10


Eu nunca tinha ouvido falar destes personagens, destas historias. 

No "meu tempo" eram álbuns do Campeonato Brasileiro, do ET, do Snoopy...



Eu lembro que eu tinha uma guitarra que infernizava, jogava futebol de botao, brincava de playmobil - e eu acho que esta é a primeira vez que escrevo esta palavra - e Atari. Jogava bolinha de gude no carpete (mais guri de apartamento impossível), brincava de pegar, esconder, polícia-ladrão, e montava quebra-cabecas com a minha vó.


Eu não sei como as avós de hoje não montam quebra-cabeças, não sei se é por elas ou pelos netos. Acho que vou dar um quebra cabeças pra minha vó, mas não sei se eu vou ter tempo pra montar com ela. Aliás, a minha mãe já está dizendo que quer montar quebra-cabeças, se é que vocês me entendem...


Eu preciso terminar de uma vez este texto. Tem um alemão de 4 anos me chamando pra segunda rodada do bingo. De repente eu escrevo mais depois.


Bring your angels along... Spread your wings and fly!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Tempo a seu gosto

Primavera, verão, outono ou inverno. Qual a sua estação favorita? 

Eu nunca fui muito do verão, por diversos motivos, entre eles o calor. Claro que existe todo aquele prazer de sentar-se à beira da praia, tomar um suco ou uma cerveja, acompanhado de frutos do mar. 

Mas o inverno me agrada mais. 
Adoro o inverno gaúcho. 

Sentir o cheiro de lenha queimada, no ar gelado da serra, ver as elegantes passarelas em que se transformam as calçadas de Porto Alegre. Para a minha felicidade, os meteorologistas prometem frio até outubro, este ano!

Certa vez me disseram que a Praia de Atlântida, no verão, tem a maior quantidade de mulher linda por metro quadrado do mundo. Eu prefiro o Bairro Moinhos de Vento no inverno. 

Aprecie a bela vista dos restaurantes de Porto Alegre após o trabalho, de segunda a sexta, visite Bento Gonçalves, Garibaldi, Flores da Cunha no fim de semana.

Conheça vinícolas, deguste vinhos "feitos em casa" com qualidade de exportação. Sinta o aroma de carvalho das pipas dentro e fora dos cálices.

E eu nem comecei a falar sobre a gastronomia!
Neste inverno tente entender o que eu digo, e se decidir ficar em casa, saque a rolha de um vinho gaúcho.

Spread your wings and fly... Bring your angels along. 

terça-feira, 17 de junho de 2008

Quatro graus

-Baby, tu tem certeza que vai no futebol?
Depois de perceber que eu colocava a roupa pra sair, ela deitou-se e ligou o laptop. Quatro graus, dizia ali.
Há dois meses eu não jogava. A cada segunda-feira eu e meus amigos publicitários esperamos ansiosamente para não recebermos uma ligação do agrônomo dizendo que o jogo será suspenso. Hoje não. Hoje ninguém queria jogar. O dia mais frio do ano.
-Baby, faz um gol pra mim!
Ela ainda não sabia que eu era goleiro. A pior das profissões, a mais ingrata.
No frio ainda pior.
Faltavam dez minutos para as dez da noite. O jogo anterior ao nosso estava horroroso, os quatorze jogadores encarangados. Um a um meus amigos chegavam reclamando do tempo, torcendo pela ligação do agrônomo. Mais uma vez ele acabou com nossa felicidade. Houve jogo.
E o nosso também foi um horror.
Minha defesa foi dilacerada, esquartejada, aniquilada impiedosamente pelo Thiago e pelo Maurício. Perdi a conta de quantos gols tomei. Cheguei a esquecer o frio. Em uma falta o Rafael, que estava na barreira, pediu "por favor, não acerta em mim". Foi o pedido mais humano que eu já escutei em nossos jogos.
Cheguei em casa sorrindo, como se tivesse vencido.
-Como foi? - me perguntou ela preparando uma jantinha ótima.
-Tomei uma sacola de gols, mas dei muita risada.
-Vocês são loucos, jogar com esse frio.
Ela pode não entender muito de futebol, nem de como nós, homens, nos encantamos por coisas sem sentido, como jogar nessas condições meteorológicas.
Mas já deve imaginar porque a gente odeia tanto o agrônomo.

domingo, 15 de junho de 2008

Especialistas

Domingo gelado em Porto Alegre. De sol, mas gelado. Antes de me preocupar com o frio que vai estar amanhã à noite, no meu retorno aos campos de futebol, ligo a TV. Desafio Brasil x Japão de judô, comemorando os 100 anos da Imigração Japonesa no país.

Nos últimos dois anos criei afinidade com dois Campeões Mundiais de Judô. Foram dezenas de matérias com João Derly e Tiago Camilo, atletas da Sogipa, e da Seleção Brasileira, além das conquistas no Pan 2007. Visitei suas casas, conheci as familias, fui ao casamento do João a trabalho. Tudo isso ficou pra trás, agora que não estou mais na RBSTV. Mas a torcida por eles segue forte.

Com a chegada dos Jogos Olímpicos todos nós viramos especialistas em todos os esportes. Jornalistas, então, acham que cresceram praticando todas as modalidades. É impressionante esta capacidade que o brasileiro tem, através da imprensa, de se tornar especialista! Todo mundo tinha conhecimento de legista no Caso da Menina Isabela, a da janela. Todo brasileiro entendia tudo sobre travestis no Caso Ronaldo Nazário. No verão, todo mundo é expert em Big Brother! Atrávés da mídia se vive a vida alheia!

Nos últimos tempos tenho tentado ser especialista nas minhas coisas, minhas paixões, minha casa, ao invés de viver as coisas, as paixões e casa dos personagens das matérias.

Eu quero e preciso ser meu próprio especialista, caminhar com meus pés.

E você, já parou pra pensar como seria um documentário sobre a sua vida? Você tem histórias pra contar?

Spread your wings and fly... Bring your angels along.

sábado, 7 de junho de 2008

Som da alma

As nossas escolhas mostram o que somos. É como nos definimos, nas coisas que nos identificamos. 

Qual o filme que mais agrada, qual o livro que mais prende, qual o sabor, de qual fruta, de qual bebida? 
Qual o perfume?
Isso é o que nos torna únicos. 
Se você tem todas estas preferências, escolhas e renúncias - o que, diga-se de passagem, para muitos torna você um(a) chato(a) - imagine a dificuldade de encontrar alguém que pensa exatamente o mesmo que você!
E ainda assim achamos que vamos encontrar nossa "cara-metade".
Se isso parece anti-romântico, não é para ser. O romantismo está em se encantar com as diferenças, administrar os desagrados, e valorizar o que há de melhor em quem está ao seu lado.
Se alguém cantar ao seu ouvido uma música que faz aquela alma sorrir, ouça atentamente. Pode não ser o que você gosta de ouvir, mas descreve o que aquela pessoa é, e faz com que ela seja única. Valorize. 
Você pode não gostar de ouvir o que eu tenho pra cantar, mas pode servir um dia para você expressar o que sua alma quer dizer. 
Spread your wings and fly... Bring your angels along, e boa semana dos namorados - pra quem tem.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

spread your wings and fly...

De volta aos blógues. 

Tive uma curta experiência em postagens durante meu período apresentando o programa Rota 36, na TVCOM. Viajando RS era o nome, ainda está nos arquivos por aí. 

O objetivo do blógue que aqui se inicia é viajar. Mas não apenas pelas estradas, e sim pelas idéias, pelos sentimentos, pelas sensações.

Há alguns anos assisti ao documentário sobre o arquiteto Oscar Niemeyer, com o título A Vida é um Sopro. O filme é muito bom, mas o título, por si só, faz pensar. A vida é sim um sopro. Mas é mais que isso. É um piscar de olhos. É um suspiro do melhor dos aromas. É um peito de esperança, amor e crenças. 

E por ser tão leve, breve e intensa, devemos aproveitar essa vida, viver sem a preocupação do Amanhã. 

Aproveite para sair de casa, veja o sol, sinta a chuva, pegue a estrada. Mergulhe com tartarugas marinhas. Suje os pés de areia. Vai te purificar. Caminhe até uma cascata que não segue a lei da gravidade pois o vento não permite que suas águas toquem o chão, molhe o seu sorriso de felicidade.


Sente-se à beira de um vertiginoso penhasco de mil metros, pés para baixo, com o som do seu peito batendo forte, ansioso e feliz, por um momento único e de indescritível magnitude. 

Para tudo isso tenha seus anjos por perto, pois é só deles que você precisa para viver. 

Bring your angels along... spread your wings and fly.