domingo, 21 de dezembro de 2008

Celso e o Natal

Muito antes de acreditar em Papai Noel eu acreditei no Grêmio. As cores azuis de dezembro de 83 me marcaram muito mais que as do Natal, daquele ou de qualquer outro ano. Eu tinha apenas 5 anos, mas fiquei marcado por toda a vida.

Depois daquilo, entre um e outro tropeço, eu sempre soube que o Grêmio teria forças para vencer, ou se derrotado, se reerguer. Parece que a cada década o Grêmio precisa tomar um susto. Foi assim em 87, ao perder o Grenal do século, no início dos anos 90, ao cair para a segunda divisão, foi assim recentemente. Mas o Grêmio também sempre teve poder de reação, como foi em 89, com o título da primeira Copa do Brasil, em 94 e 95, Copa do Brasil e Libertadores, e o título da Série B seguida de uma campanha impressionante na Libertadores.

Eu temi pelo Grêmio em 2008. O time formado não tinha jogadores conhecidos, foi desmanchado de uma temporada para a outra, tomou duas surras em uma semana no Gauchão e Copa do Brasil, e estava prestes a começar um Campeonato Brasileiro com um time de desconhecidos. Pensei que 2009 seria na Série B.

Pois Celso Roth ensinou que nomes não fazem toda a diferença do mundo no futebol. Mostrou que um time organizado (coincidentemente como aquele time de 1995) pode valer mais que um time cheio de estrelas e altos salários. Ao longo do campeonato foi líder por mais rodadas, esteve perto de ser o campeão até a última partida, mas esbarrou na realidade da falta de jogadores. O Brasileirão castiga quem não tem elenco, é mais longo que uma maratona, e as lesões acabaram com uma campanha que poderia ser vitoriosa, mas nem por isso menos impressionante.

Estou surpreso pelo fato de Celso Roth ter ficado no Grêmio. Ele foi criticado duramente pela imprensa e pelos associados - não a torcida como um todo, o coro anti-Roth parecia vir das sociais. Estou surpreso pelo fato de ele estar no Natal Luz, e não em alguma praia do Caribe, na Europa, no Nordeste. Ele veio até aqui com um dos maiores salários do futebol brasileiro, assistir à magia do Natal com a família.


Eu acho que o assim como eu, o Celso Roth acredita no Grêmio. A diferença é que ele acredita em Papai Noel mais do que eu.
E isso é muito bom em temporada de Libertadores.

Um comentário:

Diego Giesen disse...

acho que ele tava acreditando em duendes.

chega a estar meio caído pro lado de tão na manguaça que tava o velho e bom celso.

hehehe